Arquipélago das Berlengas

Berlengas, vista de Peniche, Gopeniche, o teu Guia Turístico Local

1. Introdução: por que as Berlengas são inigualáveis

Está a pensar visitar? Antes de mais, explicar que as Berlengas constituem um conjunto de ilhas únicas, localizadas a cerca de 10–15 km da costa de Peniche, na Região Oeste de Portugal.

Consequentemente, milhões de visitantes são atraídos pela sua biodiversidade, paisagens dramáticas e elevado valor histórico.

Além disso, tratam-se de uma Reserva Natural (1981), um Sítio de Importância Comunitária (1997), uma Área de Proteção de Aves (1999) e desde 2011 integradas na Rede Mundial de Biosfera da UNESCO .

2. O que compõe o arquipélago

As Berlengas incluem principalmente três grupos de ilhas:

      1. Berlenga Grande – a única habitável, com cerca de 78,8 hectares;

      2. Estelas – pequenos ilhéus rochosos;

      3. Farilhões–Forcados – rochedos perigosos para a navegação.

    Em suma, apenas a Berlenga Grande é aberta ao público, e o número diário de visitantes é limitado (até 550 pessoas entre março e outubro) para preservar o ecossistema, sendo que se pretende visitar há que considerar uma taxa turística que é cobrada por cada entrada na ilha,

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3. História fascinante e património cultural

Podemos afirmar que historicamente, os primeiros registos sobre a ilha remontam ao século I a.C., quando a ilha foi nomeada “Ilha de Saturno” pelos romanos. Posteriormente, foi visitada por muitos outros povos como os muçulmanos, viquingues, corsários e náufragos das mais variadas origens.

Monges da Ordem de São Jerónimo em 1513 fundaram um mosteiro que devido à pirataria, falta de recursos e isolamento acabaria por ser abandonado no século XVI.

Foi já em pleno século XVII, sob o reinado de D. João IV, (em 1651) que se iniciou a construção do Forte de São João Baptista, com o objetivo de proteger o litoral de Peniche.

Diz também a história que em 1666, o forte resistiu a um ataque espanhol destinado a raptar a princesa Maria Francisca.

4. Farol Duque de Bragança: guia da região

Quando chegar à ilha, vai verificar que no ponto mais alto da mesma ergue-se o Farol da Berlenga (Duque de Bragança), uma torre quadrangular branca de 29 m, inaugurado em 1842 e automatizado decorria o ano de 1985.

Desde 2001, o farol funciona totalmente com energia solar, sendo reconhecido por boas práticas ambientais. Poderá aproveitar para desfrutar dele em visitas guiadas, abertas às quartas‑feiras entre 14h e 17h

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5. Biodiversidade terrestre: flora e fauna excepcionais

É claro que as ilhas têm condições extremas - vento, salinidade e exposição solar — que moldam ecossistemas adaptados, com cerca de 100 espécies vegetais que poderá observar durante a sua caminhada pela ilha!

Em segundo lugar, e no que toca à fauna terrestre, destacam-se répteis únicos: o lagarto-de-parede de Carbonell e o lagarto ocelado, presente em cavernas.

6. Avifauna: verdadeiros reinos de aves marinhas

Em seguida, ao observar as Berlengas, facilmente notará que se trata de um refúgio ornitológico. Entre as aves marinhas que aqui nidificam estão:

  • Gaivotão (Larus michahellis), com cerca de 25 000 casais;

  • Gaivota‑de-patas-amarelas e gaivota‑argêntea, habituais visitantes;

  • Gaivota‑sombria (L. fuscus), com cerca de 30 casais;

  • Airo (Morus bassanus), símbolo das Berlengas, com presente em ninhos ao longo das falésias;
  • Corvo‑marinho‑de-crista, fala‑peregrino, entre outros.

Entretanto, espécies em perigo como o guiamute (Uria aalge) persistem em números muito reduzidos (cerca de 8 indivíduos). Por isso, medidas de controlo populacional da gaivota‑michahellis foram implementadas desde 1994 .

7. Ecossistema marinho: águas cristalinas e vida abundante

Ressalvamos ainda que a par da sua fauna terrestre, as águas envolventes ao arquipélago cobrem mais de 10 hectares de reserva marinha protegida, e nelas, encontram‑se cerca de 70 espécies de peixes como o sargo, dourada, robalo, até garoupa, bem como polvos, estrelas‑do‑mar e anémonas .

Igualmente relevantes são os mamíferos marinhos, como golfinhos‑comuns, golfinhos‑roazes e até baleias‑piloto, que podem ser avistados em tours a partir do porto de embarque de Peniche.

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8. A sustentabilidade como bandeira

Como vamos descrevendo no artigo, cada vez mais as Berlengas destacam‑se pela forte componente ambiental.

Desde 2001, o farol e instalações funcionam com energia solar. E depois existem outras iniciativas como “Berlenga Sustentável”, que é promovida pela EDP e o município de Peniche, o objectivo passa por trocar o diesel por energia renovável e reforça práticas de conservação.

9. Atividades imperdíveis na ilha

9.1 Percursos pedestres

Se gosta de caminhadas, existem dois trilhos principais em Berlenga Grande: um até ao farol, com vista de 360 °, e outro que desce à praia Carreiro do Mosteiro, junto às ruínas do antigo mosteiro.

Durante as caminhadas é possível observar aves, formações rochosas e miradouros.

9.2 Snorkeling e mergulho

Se gosta de se aventurar, o mergulho é uma experiência memorável, já que se explora grutas subterrâneas e recifes ricos em biodiversidade marinha — como nas zonas “Parede de Rabo de Asno” ou “Quebradas”.

Existe também a possibilidade de se realizar snorkeling na praia Carreiro do Mosteiro ou na Cova do Sonho permitindo vislumbrar espécies marinhas.

Algumas empresas oferecem passeios de caiaque e stand‑up paddle para descobrir grutas como a famosa Blue Cave.

9.3 Observação de cetáceos

Outra aventura disponível a partir do porto de embarque de Peniche e porque as águas claras das Berlengas oferecem excelentes condições para o fazer pode observar golfinhos e baleias‑piloto.

9.4 Visita à Fortaleza e farol

A última dica que damos é visitar a Fortaleza de São João Baptista, aqui mistura-se história e vistas magníficas.

Da mesma forma, a subida ao farol, com as 265 escadas, recompensa com paisagens privilegiadas.

10. Logística e planeamento de visita

Transporte

Para chegar, o único modo é por barco desde a marina de Peniche, durante a época oficial (março a outubro). Normalmente, a viagem dura cerca de 30–45 minutos, mas pode ser mais rápida se a decisão for apanhar uma lancha rápida (25 minutos).

Dado que a capacidade é limitada, recomendamos que reserve antecipadamente. O facto de Peniche ter uma grande proximidade a Lisboa (cerca de 70–90 minutos de carro ou autocarro) torna as Berlengas perfeitas para uma escapadela de fim de semana.

Melhor época

Embora o verão seja popular, a primavera e o outono apresentam temperaturas amenas, menos visitantes e condições ideais para observação de aves. No entanto, prepare-se para vento e proteja‑se do sol.

Alojamento

Além das dormidas no forte histórico, existe o Bairro dos Pescadores — com casas simples para trabalhadores de pesca —, e desde 2011 é possível acampar, com licenciamento pela Câmara de Peniche.

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11. Conservação e regras de visita

Certamente, por se tratar de uma área protegida, existem normas rígidas: manter distância da fauna, não retirar organismos ou rochas, não deixar lixo e seguir os trilhos demarcados são algumas das regras que deverá seguir.

Informamos mais uma vez que o número diário de entradas limita‑se a preservação dos ecossistemas frágeis.

Conclusão

Em resumo, as Berlengas destacam-se como um dos tesouros naturais de Portugal. Com acessível combinação de história, biodiversidade terrestre e marinha, atividades ao ar livre, e compromisso ambiental, oferecem uma experiência incomparável.

Portanto, se pretende explorar naturezas raras, trilhos dramáticos, paisagens marinhas cristalinas e refúgios de aves e cetáceos, reserve já uma viagem a Berlenga.

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